sábado, 6 de junho de 2009

ANTOLOGIA DOS POEMAS DURIENSES


O Rio Douro

Primeiro, vejo-o descer como um sinal
distante; depois, o cravo
da luz transborda. A asa
regressa, finalmente, ao corpo
e segue com ele.

A explosão da tarde na vidraça da quinta
e o voo amplo do grifo predador
como vou eu sentá-los
à mesa do banquete?

O rio Douro nasce na serra de Urbion
em Espanha, ao pé de uma erva,
e vai desaguando
na erva seca de muitos olhos
que calculam a sua própria distância em vinho.

Antologia dos Poemas Durienses - ANTÓNIO CABRAL

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