terça-feira, 29 de abril de 2014

CARLOS AURÉLIO








CONSIDERANDO OS FILÓSOFOS

CARLOS AURÉLIO

Capa - ESPIGA

sábado, 26 de abril de 2014

ROCHA DE SOUSA














Livros de ROCHA DE SOUSA

sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 de ABRIL








25 de ABRIL

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES




ABRIL


Filha da esperança liberdade mãe da
angústia criadora e do destino na
bandeira negra que aqui vou içar te
escrevo o meu canto e o meu hino

já foste irmã da morte já
tiveste o preço da tortura já
foste grilhetas algemas cela escura dos
que jogaram na tua a sua sorte

quando chovia e tu não apareceste
liberdade na esquina combinada
ficámos a pensar que te escondeste
na cidade cercada

mas assim e aí soubemos
que não estávamos sós
assim e aí dissemos que
tu éramos nós

hoje que aí vens ninguém vigia
o imprevisto cais do teu regresso
e há um cravo no chão que te anuncia
nesse exacto lugar que eu não esqueço.


Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Livro - MEMÓRIA IMPERFEITA

quarta-feira, 23 de abril de 2014

ANASTÁSIA MESTRINHO SALGADO












Livros de ANASTÁSIA MESTRINHO SALGADO

Capas de ESPIGA

segunda-feira, 21 de abril de 2014

sábado, 19 de abril de 2014

PÁSCOA








PÁSCOA muito, muito feliz . . .

Manuela e Espiga

quarta-feira, 16 de abril de 2014

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES




SEXTA-FEIRA SANTA


As trevas caíram sobre a tarde meu amor
ensopados pelo sangue dos espinhos
os meus olhos procuraram sobre os montes
o perfil parado dos pinhais

dobrada sobre a terra
tu eras a torrente dos nossos serenos dias
estavas como uma rola abatida e eu cuspia ao ar
o vinagre e o fel que tu bebias

secaste as lágrimas no véu que ocultava a vergonha
do meu corpo
seguiste com o olhar o grito
e o eco do meu grito
a terra tremeu debaixo dos teus pés e fixaste
nos meus olhos empedrados
a noite que já mais uniria os nossos gestos.


Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Livro - ANDAMENTO

segunda-feira, 14 de abril de 2014

MANUELA MORAIS













Livros de MANUELA MORAIS

Capas e Desenhos de ESPIGA

quinta-feira, 10 de abril de 2014

SER E LER MIGUEL TORGA







FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

SER E LER MIGUEL TORGA

sexta-feira, 4 de abril de 2014

SER E LER MIGUEL TORGA



MIGUEL TORGA


Toda a vida humana é uma história da infância. Biografia significa muito o gráfico de uma vida. E a biografia de Miguel Torga (pseudónimo de Adolfo Correia Rocha) conta-se em poucas linhas.
Autor de mais de cinquenta obras de poesia, prosa e teatro publicadas desde os 21 anos, nasceu em 1907, a 12 de Agosto, dia de Santa Clara no calendário romano então vigente, em S. Martinho de Anta, Trás-os-Montes, e é do signo do Leão.
Proveniente de uma família de condição humilde, teve uma infância rural, rigorosamente primitiva e possivelmente feliz. Enredada de desacertos e desencontros, a sua adolescência foi precocemente dura e brutal, humilhante, permanentemente instável. A necessidade de sobrevivência económica leva-o, depois de ser criado de servir no Porto e de uma breve passagem pelo seminário de Lamego, a embarcar para o Brasil, aos 13 anos, onde foi capinador, apanhador de café, vaqueiro e caçador de cobras, na Fazenda de Santa Cruz (Banco Verde), Estado de Minas Gerais.
Regressado, cinco anos depois, a Portugal - licencia-se em Medicina na Universidade de Coimbra, cidade onde se estabelece definitivamente, desde 1941, como otorrinolaringologista.
Na juventude, publicou os primeiros livros, conheceu por isso a prisão, foi conspirador e panfletário. Depois, amadureceu sem perder nenhuma das suas virtudes naturais e, perante a escolha das acções possíveis, só encaminhou os gestos para aquelas onde a liberdade se anunciava ou prometia. Homem de um perfil temperamentalmente imperativo, sibilino e paciente, tem nos modos e no carácter o jeito da dignidade rural que o investiu, a imagem feita dos sinais de uma linguagem mais próxima dos animais e das ervas que dos homens e dos deuses. A sua lei de selecção existencial foi sempre a mesma. Procurou ser livre, mais propriamente do que feliz. O resto foram as vicissitudes do quotidiano. Um quotidiano sem parábolas.
Justamente, com Miguel Torga não é a literatura que chega à literatura. É uma força natural, indomada, selvagem, necessitada de tomar forma através dela.
Inicialmente identificado com os mentores do Segundo Modernismo português que a publicação da revista Presença (1927-1940) agrupava em Coimbra, - acaba por romper com os mesmos em 1930, continuando um trajecto literário que diríamos exoticamente genuíno e criativo para o seu tempo, verdadeiramente inconfundível, caracterizado por um realismo de sentido individualizante, de feição violenta e vitalista, socialmente responsabilizado e responsabilizador.
A sua endógena e universalizadora fidelidade às origens ancestrais, a irredutível resistência libertária de franco-atirador que o opôs às ditaduras que se instalaram ou tentaram instalar-se no seu país, a transparência vernacular e empática da sua linguagem - transformaram Miguel Torga, através do consenso dos seus contemporâneos, numa autêntica consciência nacional, indisfarçável protótipo do cidadão português de sempre.

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

SER E LER MIGUEL TORGA

Prefácio de ANTÓNIO CABRAL

Desenho de Miguel Torga, no interior, do Pintor LANHAS

Capa - Reprodução de Torga/Erica Arborea - Gravura de 1601

terça-feira, 1 de abril de 2014

SETE SÁBIOS PORTUGUESES



(. . .)
Filosofia portuguesa
Entre outras características, a filosofia portuguesa vem trazer uma acentuação na tónica da operatividade, como disse, isto é, na necessidade de transmutar a alma do filósofo, no compromisso com a virtude: o bem, o belo e a verdade.
As filosofias essencialistas, apagando a virtude e a beleza, preocupam-se mais com a verdade e caem facilmente no erro de se tornarem uma coisa abstracta. Já as existencialistas acentuam a beleza e a bondade, em simultâneo com a verdade, sabendo, pois, que as três são inseparáveis: podemos dizer que a verdade é o belo no conhecimento e a bondade é o belo no comportamento e que a beleza é a verdade na forma. Assim, dentro da ambiência da filosofia portuguesa, aquele que busca a verdade deve, de algum modo, procurar ser a verdade e, por isso, procurar o comportamento virtuoso (belo e verdadeiro).
(. . .)


PEDRO SINDE

SETE SÁBIOS PORTUGUESES

Capa - ESPIGA