quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Homenagem a ANTÓNIO CABRAL




Há momentos na vida em que se deveria
calar e deixar que o silêncio falasse ao
coração, pois há emoções que as palavras
não sabem traduzir!

Jacques Prévert


António Cabral foi um dos raros Poetas Transmontanos que se projectou, com toda a sua grandiosidade, para lá da Serra do Marão, sem perder a sua específica individualidade criativa em benefício de modelos formais de fácil receptividade ou divulgação. A sua universalidade e plena densidade poética são o cerne de uma Obra merecedora da visibilidade adquirida e, também, do registo da nossa gratidão. Da especificidade e validade das criações do Autor de Bodas Selvagens muitas memórias guardo, sendo estas testemunho de uma acção cultural ímpar, que sumamente nos honra, e a confirmação do projecto de Homenagem à pluralidade criativa do nosso tempo universal.
Fiel às suas raízes, soube sempre ser original, com uma sensibilidade poética da festividade e do espectacular. Escreveu com a elegância e a luminosidade própria dos sábios, dos grandes construtores, daqueles que nos permitem sentir orgulho da nossa portugalidade.
O seu/nosso Douro foi "cantado" de um modo monumental e mágico, com o lirismo próprio de quem conhece cada socalco, cada segredo, e todos os rituais do universo de cada palavra saboreada com o aroma do mosto e da deslumbrante paisagem das videiras alinhadas a trepar pelas montanhas.
Aqui, o Sol fixa o firmamento com a mestria silenciosa e secreta para que influencie e dê vida a cada bago de uva. E, assim, cada cacho de uva se torna doce e perfeito para realizar a alquimia de um vinho generoso com qualidade e pureza insuperáveis. O grande mistério consiste na inclinação das encostas, na composição de característica única do solo, na absolutamente indispensável qualidade das castas.
O Sol desce do firmamento, trazendo calor e luz para o desenvolvimento e crescimento natural da vida, transformando estes montes em ouro verdadeiro, permitindo restaurar e renovar a existência das cepas, unindo Céu e Terra na harmonia da reconciliação. O equilíbrio Cósmico assegura a união perfeita da incorruptibilidade.
O seu livro O Rio que Perdeu as Margens foi um renascimento inevitável, com um movimento explosivo de Tradição e alegria, com a imaginação a vaguear por uma floresta ilimitada neste universo em perpétua metamorfose.
Antologia dos Poemas Durienses é uma Obra dinâmica que retrospectivamente nos pode servir de fio condutor para seguirmos os entusiasmos de uma realidade que gravita entre vinhas e olivais. Leva-nos a sonhar e a acreditar que o Paraíso mora aqui, à sombra de uma parreira, com vista deslumbrante sobre o Douro, ladeando um Rio cuja estabilidade e horizontalidade conseguem fazer suster a respiração!
António Cabral, com mais de cinquenta livros publicados, seguiu o caminho que o conduziu forçosamente ao objectivo de ver crescer e solidificar a sua Obra poética com a força vital e a qualidade fecunda na qual reina a beleza frondosa e pura da sabedoria.
A imagem resplandecente da luz impera em todos os livros que escreveu, em todos os actos preciosos da sua existência, conciliando consciência, inteligência e coração. Melhor ainda, escreveu com amor, eternizou um mundo fantástico real determinante e consagrado à compreensão do Universo. Falava com o mesmo encanto de Poesia ou de Física Quântica. . .
Era um homem sensível e inteligente, um espírito superior, profundamente comprometido com a Vida, um mestre do pensamento. Foi um "obreiro da Terra", como chamou Teilhard de Chardin a esses Homens cultos que operam maravilhas e marcam o destino da humanidade.
A Tentação de Santo Antão é um livro com um brilho harmonioso, mergulhado nas profundidades da coexistência Céu-Terra, será a recompensa de uma promessa mística, anunciando a orientação para um novo estádio, ainda misterioso, infinitamente mais esclarecido, sem desespero.
A criatividade em todas as suas formas de expressão, espraia-se até ao infinito. Só os verdadeiros mensageiros penetram no âmago com toda a potencialidade, vitalidade irradiante, discernimento e percepção de inspiração profética.
António Cabral viveu com a autenticidade maravilhosa que transcende a linguagem das ciências exactas: com profundidade, disponibilidade, responsabilidade e encanto verdadeiro. Por entre sorrisos que enchiam lentamente a sua alma, aprendeu a escutar com perfeição o caminho do rio que conduz à paz interior - o verdadeiro caminho da Vida.

Murça, Solstício de Verão de 2017

Manuela Morais

In Memoriam de António Cabral
Colecção Tellus
Câmara Municipal de Vila Real



À memória de António Cabral


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Nuno Figueiredo

17:44 (há 0 minutos)
para mim
Querida amiga Manuela Morais,

Duas breves palavras para falar-lhe do texto que escreveu no In Memoriam de António Cabral, e que acabado de ler. 

Queria dizer-lhe que o considero um documento notável, pensando como estaria A.Cabral sorrindo de contentamento se o pudesse ter debaixo dos olhos. De facto, é a excelente fotografia de um homem - e, antes do homem, de uma alma exemplar.

Em curtas linhas a Manuela traçou o contorno verdadeiro, fremente, luminoso de alguém que, grande nos conhecimentos e produções literárias, era talvez maior na capacidade de fazer amigos e na entrega aos afectos. E tudo isso ali está, no seu texto claro, rigoroso e carregado de ternura.

Parabéns, Manuela Morais. Uma pena que não escreva mais e não o edite para nosso contentamento.


Uma abraço com a nossa amizade,
Jú e Nuno


Pedro Teixeira da Mota

20:26 (Há 34 minutos)
para mim
Parabens, Manuela
Muito bom texto
Beijinho


Manuel Alves

Anexos20:13 (Há 50 minutos)
para mim
Manuela:
                   boa tarde e tudo de bom.
                   Pelo seu mail, que acabo de ler, vejo que hoje ocorre ou ocorreu uma homenagem ao António Cabral, escritor, poeta e duriense de saudosa memória. A essa homenagem me associo. E recordo aquela romagem votiva que nós os três fizemos ao cemitério de Jou onde jazem os restos mortais do Fernão. Recitámos poemas dele e julgo que rezámos. A título de curiosidade, anexo um texto sobre A. Cabral que publiquei na revista Entre Letras, do nosso comum amigo e excelente escritor Nuno de Figueiredo e que serviu de base à apresentação que fiz do Prometeu Agrilhoado Hoje na Casa de Trás os Montes e Alto Douro, de Braga.
Um beijo da Fátima e um abraço meu.





terça-feira, 24 de outubro de 2017

Homenagem a ANTÓNIO CABRAL


















NUNO de FIGUEIREDO

venceu o Concurso de Poesia

ANTÓNIO CABRAL
2017

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Hoje, em Vila Real, Homenagem a ANTÓNIO CABRAL.



Homenagem

a

ANTÓNIO CABRAL

no

Grémio Literário

em

Vila Real




sexta-feira, 6 de outubro de 2017

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Pensamento




"Nenhum pessimista jamais descobriu o segredo das estrelas, ou navegou até uma terra desconhecida, ou abriu uma nova porta para o espírito humano."

Helen Keller