
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
JOSÉ RODRIGUES DIAS
NATAL
Olho as colheitas alegres cantadas
Nos fogos do solstício de S. João Baptista
E sinto ceifas tristes choradas
Até ao equinócio húmido das sementeiras.
Passaram.
Ficaram já não as lágrimas de dor indignadas
Mas só os sorrisos libertos da esperança.
Ficaram flores plantadas nos horizontes abertos
Com água cristalina já sem sal regadas.
Ficaram frutos
E ficaram palavras e sementes perpetuadas
Pelo arado da Vida em sulco a germinar.
Ao desabrochar, nascendo, é absoluto o renascer e puro,
Neste solstício do princípio do Verbo de S. João Evangelista,
Em novo ciclo, em cadeia, do passado para o futuro,
Em degrau superior, de grau em grau,
Com outra visão, menos escuridão,
Mais luz,
Mais Irmão!
JOSÉ RODRIGUES DIAS - BRAÇOS ABRAÇADOS
Capa - ESPIGA PINTO
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
SEMENTE DE POESIA
O Rio é a máquina do tempo
que corre para a nascente
de cada um. . .
Quem o vê diz que é dos deuses:
de Baco, de Dionísio,
de Hermes.
Diz que é das águias e das garças,
dos homens que o navegam,
das crianças que nele se banham,
dos pescadores que o rasgam.
Dizem que o Rio é um Éden
trabalhado pelo homem
que dele se fez dono e senhor.
Mas não! . . .
O Douro é teu, é meu, é nosso.
Não é só dos eruditos que o cantam.
É dos poetas-ladrões que tão bem o sentem e lavram
e encontram
em cada fenda
em cada palmo de terra
em cada gota de suor
em cada lágrima de dor
a semente da poesia.
O Rio é a máquina do tempo
que corre para a nascente
de cada um. . .
Quem o vê diz que é dos deuses:
de Baco, de Dionísio,
de Hermes.
Diz que é das águias e das garças,
dos homens que o navegam,
das crianças que nele se banham,
dos pescadores que o rasgam.
Dizem que o Rio é um Éden
trabalhado pelo homem
que dele se fez dono e senhor.
Mas não! . . .
O Douro é teu, é meu, é nosso.
Não é só dos eruditos que o cantam.
É dos poetas-ladrões que tão bem o sentem e lavram
e encontram
em cada fenda
em cada palmo de terra
em cada gota de suor
em cada lágrima de dor
a semente da poesia.
ANTÓNIO FORTUNA - SONATA AO DOURO
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Prefácio - ANA PAULA FORTUNA
Capa - ESPIGA PINTO
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
ANTÓNIO FORTUNA

PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
2010
a
ANTÓNIO FORTUNA
livro
SONATA AO DOURO
na mesa
Ana Paula Fortuna, António Fortuna, Governador do Governo Civil de Vila Real, Manuela Morais e Henrique Morgado.
Foto de Paulo Fortuna
ANTÓNIO FORTUNA
2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
a
ANTÓNIO FORTUNA - SONATA AO DOURO
Foto de Paulo Fortuna
ANTÓNIO FORTUNA
Cerca de 170 pessoas apareceram para testemunhar o evento.
Foto de João Pinto Vieira da Costa
ANTÓNIO FORTUNA
Ana Paula Fortuna prefaciou o livro SONATA AO DOURO.
Na entrega do Prémio fez um excelente texto sobre a Obra Literária de Fernão de Magalhães Gonçalves.
Foto de João Pinto Vieira da Costa
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
2010
SONATA AO DOURO - ANTÓNIO FORTUNA
Prefácio - ANA PAULA FORTUNA
Capa - ESPIGA PINTO
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
ANTÓNIO FORTUNA
SONATA AO DOURO - ANTÓNIO FORTUNA
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
PORCA DE MURÇA
duraremos
a eternidade circular
da sua forma ambígua e
tumular
deusa-mãe do
terror que a fé na pedra copiou
e que o musgo do tempo disfarçou
a nossa condição é o seu rito
criaturas geradas
das suas entranhas geladas
de granito
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - ANDAMENTO
Capa - NADIR AFONSO
duraremos
a eternidade circular
da sua forma ambígua e
tumular
deusa-mãe do
terror que a fé na pedra copiou
e que o musgo do tempo disfarçou
a nossa condição é o seu rito
criaturas geradas
das suas entranhas geladas
de granito
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - ANDAMENTO
Capa - NADIR AFONSO
terça-feira, 16 de novembro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
AMORÍMETRO
E agora encontro na minha a tua mão no
teu pulso passa um rio barcos ancorados
troncos na torrente e
notas de flauta a montante
tomo-te o pulso conto os impulsos da água
entre os ramos de salgueiros cabelos verdes
correm os teus olhos pelos meus
palavra a palavra diluídos
estão certos os pés de violeta e os
fios de relva nas margens
tudo esmorece na pele da água
um rio azul no mapa do teu pulso
demoro a tua saliva na minha boca
pára passando o tempo folha verde no vento
ou pássaro fugindo das nossas mãos abrindo-se
agora neste momento.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - ANDAMENTO
Capa - NADIR AFONSO
E agora encontro na minha a tua mão no
teu pulso passa um rio barcos ancorados
troncos na torrente e
notas de flauta a montante
tomo-te o pulso conto os impulsos da água
entre os ramos de salgueiros cabelos verdes
correm os teus olhos pelos meus
palavra a palavra diluídos
estão certos os pés de violeta e os
fios de relva nas margens
tudo esmorece na pele da água
um rio azul no mapa do teu pulso
demoro a tua saliva na minha boca
pára passando o tempo folha verde no vento
ou pássaro fugindo das nossas mãos abrindo-se
agora neste momento.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - ANDAMENTO
Capa - NADIR AFONSO
terça-feira, 9 de novembro de 2010
JOSÉ RODRIGUES DIAS
na Biblioteca Pública,
em Évora, no passado dia 30 de Outubro.
Mais de uma centena de pessoas desafiou a chuva, e "encheu" a sala
de calor e boa disposição
Espiga Pinto (autor da capa do Livro), Manuela Morais (Editora), Rui Arimateia (Apresentou),
Espiga Pinto (autor da capa do Livro), Manuela Morais (Editora), Rui Arimateia (Apresentou),
José Rodrigues Dias (autor do Livro) e Margarida Morgado (fez leitura de alguns Poemas).
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
CONCEIÇÃO ROSA
A Apresentação do livro A ASA PARTIDA, no passado dia 23 de Outubro.
O Salão Nobre dos Paços do Concelho foi pequeno para receber
mais de uma centena de pessoas.
Carlos Aurélio brilhou e encantou com uma Apresentação extraordinária.
A Autora, a Editora, o Apresentador e Prefaciador do livro e Representantes da
Câmara Municipal de Vila Viçosa.
domingo, 31 de outubro de 2010
AMÉRICO LISBOA AZEVEDO
sábado, 30 de outubro de 2010
JOSÉ RODRIGUES DIAS
APRESENTAÇÃO
do livro
BRAÇOS ABRAÇADOS, de JOSÉ RODRIGUES DIAS
Hoje, 30 de Outubro, 15 horas, na Biblioteca Pública,
em ÉVORA
Apresentação de Rui Arimateia
Capa de Espiga Pinto
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
JOSÉ RODRIGUES DIAS
Presos - livres
Poderemos nós ser, tu e eu, presos - livres:
Presos por inóspitos telurismos torguianos,
Por profundos esoterismos pessoanos,
Talvez por quererem que sejamos presos;
Mas presos não podendo ser, somos livres!
Entre a eterna dúvida e uma ténue certeza,
Que o Ser nos dê o ser livre, em mudança,
Hoje e amanhã, em salutar rebeldia,
Libertando, no passar do vento, a beleza
Da palavra sagrada da esperança
E da harmoniosa nota em sintonia!
Poema de JOSÉ RODRIGUES DIAS
Livro - BRAÇOS ABRAÇADOS
Poderemos nós ser, tu e eu, presos - livres:
Presos por inóspitos telurismos torguianos,
Por profundos esoterismos pessoanos,
Talvez por quererem que sejamos presos;
Mas presos não podendo ser, somos livres!
Entre a eterna dúvida e uma ténue certeza,
Que o Ser nos dê o ser livre, em mudança,
Hoje e amanhã, em salutar rebeldia,
Libertando, no passar do vento, a beleza
Da palavra sagrada da esperança
E da harmoniosa nota em sintonia!
Poema de JOSÉ RODRIGUES DIAS
Livro - BRAÇOS ABRAÇADOS
NOVIDADE
sábado, 23 de outubro de 2010
CONCEIÇÃO ROSA
APRESENTAÇÃO
do livro
A ASA PARTIDA - CONCEIÇÃO ROSA
Hoje, dia 23 de Outubro - 16 horas
Salão Nobre da Câmara Municipal,
em VILA VIÇOSA
Apresentação de Carlos Aurélio
Prefácio - Carlos Aurélio
Capa - Carlos Aurélio
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
AMÉRICO LISBOA AZEVEDO
O TESOURO OCULTO
Jeremias era um velho agricultor que amanhava a terra com grande amor e empenho.
Amava muito a família e sobretudo os dois filhos, a quem havia transmitido os valores mais importantes e as verdades essenciais que devem orientar a vida de qualquer ser humano.
No entanto, e apesar dos seus extremosos e velados esforços para os bem educar, eles, além de o não ajudarem, gastavam as horas do dia e da noite em estroinices e grandes farras.
Jeremias trabalhou anos e anos a fio, até que uma vez adoeceu gravemente.
Palpitando que a vida lhe escapava rapidamente, pouco antes de morrer, chamou os filhos e disse-lhes:
- André e Pedro, há muito tempo escondi num dos nossos campos um tesouro valioso, mas agora já não me lembro onde. Devido à minha cada vez maior debilidade pressinto que me vou finar em breve e não quero partir sem que vos confiasse este segredo.
As suas últimas palavras levaram os filhos a cavarem a propriedade durante horas, dias e semanas. Mas todas as diligências lhes pareciam em vão. Não havia indícios do tesouro. (. . .)
AMÉRICO LISBOA AZEVEDO - HISTÓRIAS DA AVÓ
Prefácio - JÚLIA SERRA
Capa - ESPIGA PINTO
NOVIDADE
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
CONCEIÇÃO ROSA
NO FUNDO DO POÇO
Edmundina Paranunca arrumou-se no canto da sala de espera. Olhou o espaço todo, as cadeiras vazias, limpas dos corpos sentados, aguardando aliviar os pesos da alma. Seria possível que o mundo estivesse assim tão cheio de ausências do sofrimento humano? Só ela sentiria tal dor que, por não aguentar, recorresse àquele consultório tão vazio?
Edmundina pouco consultava os médicos das doenças físicas. Os seus afazeres não lhe emprestavam tempo para as doenças se lhe adentrarem. Nas poucas vezes que tinha estado num desses consultórios reparou que havia muitos doentes vivendo em eterna aflição. Aí trocavam-se dores, comparavam-se sintomas e cada um fazia questão de contar a sua história tentando transparecer o seu sofrimento como sendo o mais sofredor e penoso de todos.
E assim, enquanto esperavam a sua vez de entrar, aliviavam o espírito fazendo-se protagonistas sofredores da vida. Todos queriam esmiuçar as suas dores, emprestando agonias estampadas nos rostos gastos. (. . .)
CONCEIÇÃO ROSA - A ASA PARTIDA
NOVIDADE
sábado, 2 de outubro de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
como o primeiro momento da luz dentro do mundo
assim o nosso primeiro amor
pássaros fosforescentes nascendo disparados
das pedras e das folhas
ver-nos-emos face a face
das nossas mãos surgirá
o dia nítido sem noite
contornado de esquecimento
e um longo coro exultante
compensará o vácuo da nossa antiga imagem
diluída na memória para sempre.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro ANDAMENTO
assim o nosso primeiro amor
pássaros fosforescentes nascendo disparados
das pedras e das folhas
ver-nos-emos face a face
das nossas mãos surgirá
o dia nítido sem noite
contornado de esquecimento
e um longo coro exultante
compensará o vácuo da nossa antiga imagem
diluída na memória para sempre.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro ANDAMENTO
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
ANTÓNIO TELMO
O INVENTO OU A SALVAÇÃO DO MUNDO
Aqui se prova, pelo que vai ler-se, que pode fazer-se história com os verbos no pretérito.
A acção decorre em Portugaliza, um país tão estranho como o seu nome, que é, ao mesmo tempo, masculino e feminino. É que na língua portugaleza, como dizem uns, ou portugálica, como dizem ainda, o género dos substantivos não se determina exclusivamente pelas terminações, mas sobretudo pelo étimo que é a verdadeira natureza da palavra. Não concordam os gramáticos sobre a etimologia de Portugaliza. Há aqueles que defendem ser uma palavra composta de porto e de galo, o que a torna soberanamente masculina, dir-se-ia até sexualmente masculina. Há outros que a consideram meigamente feminina, pois dizem que a sua segunda parte, Galiza, se formou de Gal, sílaba que se separou de Portugal e em Galiza se transformou pelo mesmo processo que fez da costela de Adão a forma divina da mulher.
Portugaliza tinha a figura do Homem, mas, como os seus governantes eram inteligentes e sábios, não queriam que os outros países se apercebessem disso e a invejassem e, por isso, escolheram para as diversas partes dessa figura nomes bárbaros. (. . .)
Livro - CONTOS SECRETOS
Conto - O INVENTO OU A SALVAÇÃO DO MUNDO
terça-feira, 7 de setembro de 2010
ANTÓNIO TELMO
ANTÓNIO TELMO
1927 - 2010
Nasceu em Almeida, distrito da Guarda, numa casa da rua do Convento, no centro do hexagrama formado pelas muralhas que cercam a Vila. Foi no dia 2 de Maio de 1927, pelas duas horas da tarde. O Leão aparecia no horizonte e o Sol erguia-se alto no Touro.
Por uma dessas estranhas coincidências que, por vezes, marcam a relação íntima de certos acontecimentos, nas Centúrias de Nostradamus, escritas há cerca de meio milénio, vem anunciando o nascimento do "grand Portugalois", junto a um convento, "en la Guardia". (. . .)
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
talvez no instante claro em que o meu corpo no
teu corpo cortava a
ondulação litoral do teu colo este
naufrágio tenha
diluído o teu líquido olhar na espuma e
nas areias
vinha do sul com o motim dos
dedos o fogo que o suor não
apagava em
aroma desfeitos e em
saliva na
nossa pele deslizavam as palavras até ao
voo rouco da
tua respiração tranquila
era o tempo do júbilo da seiva que
subia do meu ao teu olhar sereno quando a
minha boca nos teus seios duros sentia que o
teu púbis cheirava a musgo e feno e sabia a
damascos maduros
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
teu corpo cortava a
ondulação litoral do teu colo este
naufrágio tenha
diluído o teu líquido olhar na espuma e
nas areias
vinha do sul com o motim dos
dedos o fogo que o suor não
apagava em
aroma desfeitos e em
saliva na
nossa pele deslizavam as palavras até ao
voo rouco da
tua respiração tranquila
era o tempo do júbilo da seiva que
subia do meu ao teu olhar sereno quando a
minha boca nos teus seios duros sentia que o
teu púbis cheirava a musgo e feno e sabia a
damascos maduros
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - Livro JÚBILO DA SEIVA
domingo, 8 de agosto de 2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Subscrever:
Mensagens (Atom)