O Rio é a máquina do tempo
que corre para a nascente
de cada um. . .
Quem o vê diz que é dos deuses:
de Baco, de Dionísio,
de Hermes.
Diz que é das águias e das garças,
dos homens que o navegam,
das crianças que nele se banham,
dos pescadores que o rasgam.
Dizem que o Rio é um Éden
trabalhado pelo homem
que dele se fez dono e senhor.
Mas não! . . .
O Douro é teu, é meu, é nosso.
Não é só dos eruditos que o cantam.
É dos poetas-ladrões que tão bem o sentem e lavram
e encontram
em cada fenda
em cada palmo de terra
em cada gota de suor
em cada lágrima de dor
a semente da poesia.
ANTÓNIO FORTUNA - SONATA AO DOURO
PRÉMIO NACIONAL DE POESIA - 2010
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Prefácio - ANA PAULA FORTUNA
Capa - ESPIGA PINTO
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