Os deuses movem-se devagar nas suas peanhas de calcário
têm cruzadas as pernas e os dois braços
como filhos acabados de parir
sobre altares redondos e secretos
os deuses movem-se devagar com gestos insondáveis
fundidos no seu bronze
e guardam nas duras rugas cinzeladas
a asfixia removida das nossas preces de areia
escrevem nas fragas e nas nuvens o fogo das suas vontades
os deuses movem-se devagar atrás do tempo dos
desejos velozes e dos frutos
têm nos redondos olhos salientes
o alarme pontual da nossa morte
os deuses
têm o ventre cheio do barro do
nosso esquecimento.
Poema - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Desenho - ESPIGA PINTO
têm cruzadas as pernas e os dois braços
como filhos acabados de parir
sobre altares redondos e secretos
os deuses movem-se devagar com gestos insondáveis
fundidos no seu bronze
e guardam nas duras rugas cinzeladas
a asfixia removida das nossas preces de areia
escrevem nas fragas e nas nuvens o fogo das suas vontades
os deuses movem-se devagar atrás do tempo dos
desejos velozes e dos frutos
têm nos redondos olhos salientes
o alarme pontual da nossa morte
os deuses
têm o ventre cheio do barro do
nosso esquecimento.
Poema - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Desenho - ESPIGA PINTO
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