domingo, 24 de maio de 2020

Réquiem





Sobre Réquiem de Manuela Morais




     O  livro Réquiem é um testemunho de um tempo de confinamento do mundo para memória futura. Trata-se de um conjunto de vinte e um poemas agrupados em duas partes, sendo a primeira intitulada Réquiem (que deu origem ao título), com onze poemas, e a segunda, Canto de Alegria, com dez, onde predomina o versilibrismo e o verso curto.
     Sendo um Réquiem, uma celebração religiosa ligada à celebração da morte - Missa dos fiéis defuntos - para repouso das almas falecidas, estes versos pretendem evocar, ora um tempo de sofrimento, dor e morte das vítimas da pandemia, ora fomentar esperança no futuro.
(…)
     Um verdadeiro retrato de um tempo que entrou na nossa vida e que desejamos enterrar num vaso fora do novo Tempo, para que a relação do Eu com o Outro possa ser de confiança e de cumplicidade; sem máscaras e com sorriso.
     Obrigada, amiga Manuela!

                                                                            Júlia Serra


terça-feira, 12 de maio de 2020

Réquiem



Manuela Morais

Réquiem

Desenho da capa de Espiga Pinto



sábado, 9 de maio de 2020

Réquiem - Contracapa do Livro





" - Réquiem - Os seus versos reflectem a circunstância de tempo-modo-lugar que está a condicionar o nosso comportamento e a nossa angústia à escala mundial: o espectro de um massivo flagelo induzido por um vírus de rápida propagação e mortíferos efeitos: o corona.
Num ritmo acelerado, com versos em queda livre, oferece-nos um testemunho sentido e agitado destes tempos de premonição e inquietude. É hora de convite à participação ativa na resistência, de somar sinergias para este monstro invisível, de uma agressividade terrível, seja eliminado em definitivo. Estes versos funcionam como um toque a reunir."

                                                                                     Cláudio Lima


"- Réquiem e Canto de Alegria:
Estes curtos mas incisivos poemas reflectem uma viagem sensível da autora tanto no inferno das vidas abruptamente cortadas e para o mundo do além atiradas sem qualquer preparação e celebração, como no purgatório dos que vivos que sofrem a doença, os confinamentos, os receios, as angústias. É um pequeno filme de uma cidade ocidental em quarentena perante um misterioso e muito destrutivo vírus. E contudo, com o passar do tempo, com as forças da primavera, com as vitórias de muitos, começa a soprar uma outra viragem na alma pela qual a autora passa a sentir o amor subtil e imortal que parecia para sempre desterrado, morto. Os últimos poemas são um canto à esperança e renascimento, à vida e ao amor, em especial à comunhão amorosa com o amado. Através destes poemas somos convidados a comungar no corpo místico da humanidade, pois onde há amor aí está Deus, a Unidade, e esta infunde paz e esperança em cada individualidade e em toda a Humanidade."

                                                                   Pedro Teixeira da Mota



quinta-feira, 7 de maio de 2020

Réquiem





4.


Só se fala em morte
aqui,
no norte.
A cidade
está vazia,
despida,
as janelas fechadas,
os sobreviventes obedientes
nem espreitam
com medo
que a mortandade os agarre
e os venha buscar.


Vou
à varanda
escutar o silêncio,
as aves deixaram de voar,
preciso de cheirar algum perfume
que amenize
a amargura dos dias.


Estou
fechada,
em casa,
qual fantasma
sem fantasia,
necessito
apreciar a vida
de me sentir renovada!


Manuela Morais
Réquiem, pág.13







segunda-feira, 4 de maio de 2020

domingo, 3 de maio de 2020

Dia da MÃE







AMOR INCONDICIONAL




Minha Mãe,
meu Pai
ensinaram-me a ternura e o amor,
a sabedoria da Vida,
procedimento,
Luz
que fizeram brotar em mim.


Recordo-os
com muita saudade,
são Seres Superiores do Universo.
Humanistas, fraternos,
com Alma límpida,
transparente como o cristal,
portadores de uma dignidade,
luminosidade,
compreensão,
e bondade
sem fim…


Manuela Morais



sábado, 2 de maio de 2020

Fernão de Magalhães Gonçalves





NOME DO MEU NOME




Nome do meu nome
rouca bainha de não sei que grito
puro atrito
dos teus dedos abrindo as minhas mãos


não sei se neste vazio de formas e de sons
um pássaro nasceu
ou o tempo roeu
seus ramos e pulmões


breve movimento
de cabelos
parado perfil de seios e joelhos
onde se quebra a luz deste momento.


Poema de Fernão de Magalhães Gonçalves
Livro - Andamento, pág. 14
Capa de Nadir Afonso



sexta-feira, 1 de maio de 2020