domingo, 21 de junho de 2020

O Aroma do AMOR











                             Sobre O Aroma do Amor de Manuela Morais




       Este romance, de características autobiográficas e de ficção, é uma verdadeira história de Amor vivida entre Francisca e o Príncipe que termina de uma forma serena e se completa na tragicidade do primeiro capítulo "O Amor é a Verdadeira Preciosidade". Na teia diegética cruzam-se fundamentos filosóficos, literários e artísticos, investigação científica e competências líricas que conduzem o leitor a um mundo sensorial e intimista partilhando da história dos protagonistas.
(…)
       De salientar a cumplicidade amorosa entre o Casal, visível: na vivência e proximidade marcadas por gestos e diálogos amorosos; na fidelidade do corpo e da alma entre os apaixonados, na união resultante da vontade e de sinais pessoais de compromisso e na crença do verdadeiro Amor. Porque "O Amor á a marca divina impressa no nosso coração…"(p.21)
(…)
       Uma obra onde o leitor pode encontrar um lenitivo para a sua condição, descobrindo o verdadeiro caminho.

                                                                Júlia Serra



                           

segunda-feira, 8 de junho de 2020

O Aroma do AMOR



1. O AMOR é a Verdadeira Preciosidade


       Francisca beijava os lábios, o rosto, e as mãos do seu amado. Acariciava-lhe o corpo. Ajeitava, com os dedos, o cabelo do Príncipe e aspirava o aroma inconfundível e perfumado que ele exalava. Não conseguia exprimir por palavras o sentimento amoroso intenso e profundo que sentia, só sabia que o Amor é a poderosa, pura, e valiosa força que consciencializava, e que faz mover o mundo, - o Universo. Aconchegada ao seu corpo, deitada de lado, não parava de o acariciar com ternura, como se quisesse descobrir algum cabelo branco naquela cabeleira farta, quase loura, brilhante como o ouro, que ela tanto gostava de tocar e de beijar. O Príncipe, com quarenta e cinco anos de idade, estava completamente silencioso, alheio a tanta dedicação e demonstração de um afecto imaculado, intenso e quase irreal. (…)
       Francisca, com os seus trinta e três anos de idade, já ultrapassava o sensual. Adorava aquele homem que a fez mulher. O seu pensamento não tinha outras memórias. O seu corpo não podia respirar um ar diferente, não descobria nenhuma forma alternativa de desenvolver a sua consciência mental e, por isso, não conseguia abstrair-se das imagens transparentes e luminosas que o seu coração e pensamento emitiam. Carinhosamente beijava as orelhas do seu Príncipe, a testa, o pescoço, contornava o nariz e o queixo com os dedos, levemente, como se estivesse a abrilhantar o bronze de uma delicada escultura. As mãos não paravam, com doçura, iam acariciando o corpo e as faces impecavelmente barbeadas, sentia a maravilhosa pele sedosa do seu amado. (…)


Manuela Morais
O Aroma do AMOR
Desenho da capa de Espiga Pinto