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quinta-feira, 2 de agosto de 2018
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
TEMPO DO TEMPO
Não caibo neste instante nesta hora
neste dia.
Nos meus olhos montes e pinhais.
Aí me aguarda e demora
cada palavra que repetiria
aos gestos iguais.
Longe respira o mar.
Nas ondas uma a uma
a rósea pele do sol a espada nua do luar
crinas e
narinas
de rochedos de quilhas e de espuma.
Pó de caminhos maratonas e viagens
a minha história
não cabe na minha memória
transborda como um rio para as margens.
Os dedos enclavinhados na guitarra
cada vibração
em puxão
de amarra.
Parte-se-me nas artérias toda a melodia
da vida.
Igual e repetida
nenhum sentido a guia.
Poema de Fernão de Magalhães Gonçalves
Livro - Andamento, pág. 30
Capa de Nadir Afonso
quarta-feira, 1 de agosto de 2018
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