Momento a
momento abro a cor do teu corpo
braços e cabelos conduzem lentamente as chamas da
ferida do fogo arrebatado
grão a
grão se forma a nossa fome do
sal do suor não saciada
que fluxo de espuma nos dedos entornada te
deixa no sangue a quilha que o divide
seguirei sempre o norte do teu corpo que
do deserto venho perseguindo a
tua boca
de repente a espuma nos absorve e a
quilha a curva do teu corpo abre no
sobressalto azul da água apreendida falo dos
teus olhos
momento a
momento retrocedem no fogo os
teus cabelos ao vento
grão a
grão comeremos a romã eu
da tua e tu da minha mão.
(do livro) OBRA POÉTICA / ANTOLOGIA - Fernão de Magalhães Gonçalves
segunda-feira, 1 de junho de 2009
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