segunda-feira, 28 de maio de 2012

A TARTARUGA SONHADORA

DOURO

O Douro é ainda o Paraíso mágico que nos maravilha os olhos, fascina a alma e revigora o coração. É a porta de encantamento para uma realidade geográfica incontornável, determinante e envolvente. O Rio Douro serpenteia através das rochas e, dos dois lados em socalcos, erguem-se altas margens de montanhas adornadas de vinhas. Tem uma paisagem verdadeiramente excepcional.
Os pequenos vales estão invadidos por oliveiras, amendoeiras e árvores de fruto.
O Douro é, sem dúvida, de uma beleza e grandiosidade únicas. Será, com certeza, o recanto mais sublime da nossa Pátria. Aqui produz-se o célebre e delicioso Vinho do Porto, perpetuando um Património ímpar: de sabor, odor e cor excepcionais. É a mais antiga Região Demarcada do Mundo, com vista panorâmica esplêndida, pela sua imponente situação privilegiada de "tecto de Portugal".
Uma verdadeira viagem no tempo mantém intacta a sacralidade e a ritualidade destas encostas deslumbrantes.
É quase impossível não ter a sensação desmedida de Lugar Celestial; belíssimas montanhas atapetadas de videiras constituem o portal de entrada para outra dimensão. A nossa imaginação dispara, consciência ou estado de Ser; parece explorar e descodificar a mensagem murmurada pelos campos, procurando estabelecer contacto com o encantamento, comungando do seu verdadeiro significado.
O Douro é Sol e Lua, amor, beleza, riqueza, sabedoria, esperança e futuro. . .
Aqui estará, sem dúvida, a projecção do Céu sobre a Terra, a imagem perfeita da correspondência entre o microcosmos e o macrocosmos, lugar consagrado e indispensável para a contemplação e "plenitude de graça" que fortalece e revigora a esperança.

MANUELA MORAIS
Livro - A TARTARUGA SONHADORA

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A TARTARUGA SONHADORA

AS MONTANHAS SÃO SAGRADAS

A Serra do Marão ergue-se dominante, o Céu repousa nas cristas das montanhas e, assim, os Deuses comunicam com os Seres da Terra.
Devemos subir às montanhas e respeitá-las, buscar o Conhecimento Universal e iniciar, nas colinas, a comunicação privilegiada com o Divino.
As enormes rochas arredondadas atestam a antiguidade e a sua imponência impressiona. O panorama é grandioso: é fascinante apreciar a paisagem sem dimensão, monumental! Maravilha permanentemente! Contemplamos, sem cessar, a majestade deste cenário. Aqui, penhascos graníticos, urzes, pinheiros, rosmaninho, giestas, esteva e animais aprendem os segredos de ler a posição das Estrelas e da Lua. O destino poderoso e misterioso destes rochedos causa deslumbramento e surpreende sem limites.
No horizonte, as imensas montanhas de granito podem estar cobertas de neve ou, dependendo da Estação, podem deixar-nos surpreendidos pela riqueza do colorido. Grandes tufos de flores brancas, amarelas e lilases agarram-se às rochas e desvendam segredos. Assim, estes verdadeiros altares de pedra mostram a sua paisagem imortal e gloriosa, apaziguando o nosso "Ser eternamente". É impossível não comungar com as montanhas, pois o cântico suave e meditativo é claramente recebido, revelado e entendido pela nossa Alma.
As montanhas são a personificação do espírito da Natureza, o pulsar vivo da própria Vida, de ressurreição e de iluminação.
A Serra do Marão é sobejamente conhecida. Aqui, viajamos com os olhos abertos e o espírito livre, tentando encontrar o caminho interior que nos mostre a realidade e faça compreender a perfeição da Tradição Primordial.

MANUELA MORAIS
Livro - A TARTARUGA SONHADORA

segunda-feira, 21 de maio de 2012

MODO DE VIDA

LUAR DE AGOSTO

- Enxota-me essas moscas, porra.
Floriano vinha azedo. Quando soube que o adubo ia subir dali a três dias, meteu-se no camião, foi carregá-lo a Chaves e deixou a arranca das batatas entregue à mulher.
Marília veio cobrir a melancia com uma rodilha.
- Vieste bem tarde.
- E antes não fosse.
- Não trazes o adubo?
- Cem cães a um osso. Trouxe areia para não perder o carreto.
- Hoje é só amoladelas, disse Marília.
- Que houve?, quis saber Floriano.
- Olha, o Silvano e o Malhão. Cheios de vinho. Pegaram-se. Foi uma arrelia tão grande que ainda vai dar uma desgraça.
- O Malhão e as brincadeiras do costume, estou mesmo a ver, disse Floriano. Marília pegou-lhe na palavra.
- Primeiro, começou por desfazer no serviço do Silvano. És um palhinhas que nem enterras os ganchos da enxada, não aguentas meia canada que ficas logo com braços de arame, envergonhas a mulher e não sustentas os filhos, nem para uma barra de sabão forras, que lá em casa anda tudo com remelas nos olhos e côdeas no nariz. (. . .)

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - MODO DE VIDA

sexta-feira, 18 de maio de 2012

SONHO ACORDADO

SONHO ACORDADO
AMÉRICO LISBOA AZEVEDO
Capa de ESPIGA PINTO

quarta-feira, 16 de maio de 2012

LIVRO DE HORAS

LIVRO DE HORAS
ILUMINADO OBLIQUAMENTE
Poesia
VÍTOR OLIVEIRA JORGE
Capa e 25 desenhos de ESPIGA PINTO

sexta-feira, 11 de maio de 2012

BRAÇOS ABRAÇADOS

BRAÇOS ABRAÇADOS
Poesia
JOSÉ RODRIGUES DIAS 
Capa - ESPIGA PINTO

quarta-feira, 2 de maio de 2012

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
JÚBILO DA SEIVA
Poesia