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O apelo de Agostinho da Silva é feito para cada um, a cada um convocado para uma missão mais alta que não se pode escudar em desculpas, escondendo-se atrás da fraqueza das instituições, académicas ou estatais. Não se pode esperar do outro que faça por nós aquilo que nós mesmos devemos fazer. Assuma cada um a culpa primordial que o marca, porque o "exemplo dos santos demonstra que a miséria própria pode não perturbar, pelo contrário; mas a miséria alheia perturba sempre, mesmo quando de tal se não tem consciência" (Só Ajustamentos, p. 35).
Todavia, o grande problema do mundo não é, senão secundariamente, o económico, pois o "mal terrível que está roendo tudo e que poderá tornar toda a necessária transformação económica um mal ainda mais grave, se ela não for acompanhada de uma renovação religiosa, é que a vida se tornou inteiramente laica e, por consequência, inteiramente monótona" (Só Ajustamentos, p. 59). (. . .)
SETE SÁBIOS PORTUGUESES
PEDRO SINDE
Capa - ESPIGA