MONTANHA
Do alto da montanha eu vejo o mundo:
Caminhos e riachos, vejo tudo;
O tempo devagar, silêncio mudo,
O vento a sussurrar em tom profundo.
O alto da montanha é fecundo;
Um livro aberto onde leio e estudo,
Mas só consigo ver um rei desnudo
Perdido, só, em transe e moribundo.
No alto da montanha dou comigo
Na busca de uma paz e de um abrigo,
Perdido já que está o meu escudo.
O alto da montanha é um postigo
Para o mundo, mirando seu umbigo
Que incha e rebenta no entrudo.
A Chave do Degredo - ANTÓNIO FORTUNA
capa - ESPIGA PINTO
António Fortuna . Prémio Nacional de Poesia . Fernão de Magalhães Gonçalves
Do alto da montanha eu vejo o mundo:
Caminhos e riachos, vejo tudo;
O tempo devagar, silêncio mudo,
O vento a sussurrar em tom profundo.
O alto da montanha é fecundo;
Um livro aberto onde leio e estudo,
Mas só consigo ver um rei desnudo
Perdido, só, em transe e moribundo.
No alto da montanha dou comigo
Na busca de uma paz e de um abrigo,
Perdido já que está o meu escudo.
O alto da montanha é um postigo
Para o mundo, mirando seu umbigo
Que incha e rebenta no entrudo.
A Chave do Degredo - ANTÓNIO FORTUNA
capa - ESPIGA PINTO
António Fortuna . Prémio Nacional de Poesia . Fernão de Magalhães Gonçalves
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