domingo, 5 de maio de 2024

À Memória da Minha Mãe Alexandrina, de Manuela Morais


À MEMÓRIA DA MINHA MÃE ALEXANDRINA


O rosto da minha Mãe

ficou

esbatido no tempo

gasto no lamento de perder

a doçura do seu olhar!


Os beijos que me deu

guardo-os

com a esperança de a abraçar,

um dia,

quando o sol se aquietar,

deixar de iluminar o meu rosto

voltado para o mar...


A lembrança que restou

foi o aroma do seu corpo

colado ao meu,

memória inextinguível de um tempo sagrado,

misterioso,

imperioso, com a exacta

imagem aberta dessa urgência

a adornar o jardim da nossa casa que guardo

como um raro tesouro em transformação...


Poema de Manuela Morais

Livro - DOURO Coroado, págs. 14/15



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