domingo, 17 de novembro de 2019

Fernão de Magalhães Gonçalves







AMORÍMETRO


E agora encontro na minha a tua mão no
teu pulso passa um rio barcos ancorados
troncos na torrente e
notas de flauta a montante


tomo-te o pulso conto os impulsos da água
entre ramos de salgueiros cabelos verdes
correm os teus olhos pelos meus
palavra a palavra diluídos


estão certos os pés de violeta e os
fios de relva nas margens
tudo esmorece na pele da água
um rio azul no mapa do reu pulso


demoro a tua saliva na minha boca
pára passando o tempo folha verde no tempo
ou pássaro fugindo das nossas mãos abrindo-se
agora neste momento.


Poema de Fernão de Magalhães Gonçalves
Livro - Andamento, página 9
Capa de Nadir Afonso



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