quarta-feira, 5 de agosto de 2009

CARTA A CLÁUDIO LIMA

Granada, 6 de Novembro de 1983

Cláudio

Cheguei há cerca de um mês e, apesar de quase toda palmilhada, Granada ainda é um mundo por descobrir. Visitei o Alhambra e o Generalife com a mesma emoção com que os românticos visitaram a Grécia. Apesar de o legado cultural dos Árabes ter um dinamismo quase inconsciente, ele é, como sabes, bem mais profundo e subtil do que frequentemente se diz e imagina.
Sábios, de uma sabedoria abstracta e minuciosa, no seu entendimento do mundo e da vida enraíza a magia gratuita que deu o tónus à nossa mentalidade e à nossa realidade. Mais tarde, falaremos.
Esse maço de folhas que aí vai é o projecto de um livro cuja organização aí vim adiando. Aqui, a economia do tempo força-me a trabalhar e está aí o que, porventura, virá a ser o AMORÍMETRO. Trouxe a papelada toda e seleccionei. Das centenas de poemas salvaram-se uns 50. Mas creio que a monda ainda foi generosa. (...)
Texto de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

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