terça-feira, 4 de junho de 2019

Requiem a AGUSTINA BESSA-LUÍS







Requiem a Agustina



Em Granada, na Andaluzia, conheci e privei com Agustina Bessa-Luís.
Não seduzia, não fazia nada para agradar, sempre com o Marido a ladear-lhe a sombra. Falou dos seus livros, e com tal exaltação, que fascinou os ouvintes. Era muito breve nas palavras, a escrita ocupava as folhas A4 desde o primeiro centímetro até ao último. Escrevia à mão, sem desperdiçar uma nesga de papel.
Depois, com algum tempo, tornava-se mais extrovertida e não se importava com as fotografias que lhe tirava.
Quis saber como andava o ensino do Português por aquelas paragens, como era viver no último reduto do Rei Mouro, se ainda se ouvia os soluços de Boabdil, se as suas lágrimas ainda alimentavam os dois rios de Granada.
Agora, sinto o silêncio. . .
Fica a memória de a ter conhecido, ficam os magníficos livros que nos deixou, ficam os belos filmes que a dupla Agustina e Manoel de Oliveira realizaram, - fica a estima e a admiração.

Manuela Morais


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