domingo, 6 de janeiro de 2019

À memória de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES







O MURO


Continuo sentada
junto ao muro. . .
espero que chegues,
preciso de conversar contigo,
contar
a amargura dos dias
deste lado
do muro.


Contemplo o caminho percorrido.


Deste lado
do muro
não há Sol,
perfume,
alegria,
risos.
Os canários deixaram de cantar,
a Lua extinguiu o resplandecer,
o mel não tem sabor,
já não sei como se faz amor,
esqueci o paladar dos teus beijos,
falta tudo o que enchia o nosso mundo.


Vénus
perdeu o brilho!
Afrodite
fechou-se na concha,
enrolada em espuma do mar.


Ísis alada
enxuga lágrimas
protege pescadores,
recolhendo
redes cheias de algas e de rosas
perfumadas.


Poema de Manuela Morais
Livro - Depois do AMOR, págs.15/16









Sem comentários:

Enviar um comentário