segunda-feira, 29 de maio de 2017






O AMOR é a maior e mais poderosa força do Universo.
Francisca beijava incessantemente os lábios, a face, a testa, o corpo do seu amado. O tempo passava e ela, cada vez com mais intensidade, 
procurava continuar aquela alquimia que os unia desde o início desse encontro maravilhoso que tinha acontecido vinte anos antes.
Ela beijava, beijava, parecia que se tinha esvaziado interiormente, seria talvez a única capacidade que conseguia dominar e executar na perfeição. Não falava, não via ninguém, não entendia o que se estava a passar. 
Regressara do extremo Oriente sem dizer uma palavra, não comia, não dormia, só queria mesmo acariciar e beijar o seu amor. Deitou-se a seu lado, e sussurrava palavras ao ouvido que só F. entenderia, enquanto beijava e ajeitava os cabelos castanhos claros, quase louros, do grande amor desta mulher que só tinha namorado e amado uma única vez!
Ele sorria, parecia sorrir, e continuava imóvel a tanta entrega e delicadeza.
Quarenta dias antes, Francisca completou trinta e três anos de idade. Essa idade que tem sempre um significado religioso e mágico muito intenso, pleno de simbologia.
(. . .)
Na penumbra da sala, os raios da tempestade iluminavam a face e as mãos dos amados. Os beijos e as carícias fluíam como o rio onde F. ensinou Francisca a nadar, há muito tempo, quando ela contava apenas catorze anos de idade. Ele ensinou-lhe os intensos prazeres da vida, a saborear devidamente o seu corpo, a apreciar um bom café. Ambos tinham sonhos, paixões, sentido de humor, brincadeiras inocentes profundamente parecidas.

Francisca aprendeu muito com F., aprendeu a ser mulher, a percorrer caminhos verticais, com muito sol.
(. . .)
A publicar


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