sábado, 5 de novembro de 2016

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES







Meu Caro Dr. Júlio Montalvão Machado,

soube hoje, casualmente e já aos fechos da noite, que o programa CANTIGAMENTE, de António Roque ( Antena Radiante), ia homenagear aquele que é, fora de dúvida, o paradigma do homem urbano flaviense, do homem que durante toda a vida espontaneamente cultivou a arte de estar, de falar e de ouvir.
Sabemos que o sacerdócio da profissão que escolheu e que continua exercendo com incomparável brilhantismo o familiarizaram cedo com a dor, com a angústia, com o desespero, com a fatalidade da morte e da cegueira dos muitos milhares de doentes que atendeu. Esta familiaridade quotidiana com o que a natureza tem de trágico e de agónico é frequentemente contígua da expressão do que essa mesma natureza tem de belo e de eterno. Refiro-me à cultura. Só a cultura pode eternizar tudo o que o homem tem de precário (porque na realidade não tem mais nada).
Batedor de bibliotecas nacionais e internacionais, arquivador, coleccionador, astucioso investigador, ledor insaciável, - o Dr. Júlio, profundo conhecedor da realidade local e nacional, soube colher a sabedoria do povo e a erudição dos livros. Não é mais um simpático e "standardizado" homem culto de Chaves. É uma Instituição Cultural desta cidade.
(. . .)

Livro inédito a publicar de
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Os textos para este livro são de 1987.



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