segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

DIANA ADAMEK

(. . .) Minha amada Francisca Joanina
Só agora te escrevo e isto com a vontade de Deus que afinal nos protegeu contra grandes e inesperadas dificuldades sobre as quais não te falo mais, apenas para não contrariar a tua esperança de que tudo progride bem e segue o caminho do Senhor, mas também porque tenho fé de que nada poderá silenciar um amor como aquele que te tenho.
Levantaram-se vozes no convés e clamaram pelo retorno para casa, e eu teria feito igual, não me confiasse a mesmíssima majestade d'el-Rei D. Manuel I o comando das três fragatas e da caravela de onde te acenei por entre as palavras e as mãos e as cabeças que queriam todas dizer uma coisa, adeus ou não me esqueças, regressarei, como eu também o fiz então, minha amada. Cento e sessenta almas foram as minhas testemunhas quando me benzi e tu soubeste que és minha rainha e deles porque eu era o capitão, triste consolo, dirás. Mas rogo que te lembres, porque na extensão dos mares e dos céus eu só te vejo a ti. Nem as gaivotas, nem os peixes, nem os emissários dos céus, nem os espias das profundezas te diminuem e todos os dias que passam te enaltecem na minha alma. Deus me perdoe se te entristeço, mas isto acontece sem eu querer e é só para fins de conhecimento, será ele o culpado, pois eu não sou, mas assumo a culpa e liberto-te a ti. (. . .)
VASCO DA GAMA NAVEGA - DIANA ADAMEK
Tradução - TANTY UNGUREANU

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