segunda-feira, 1 de novembro de 2021

"Canto o Amor" - texto de Nuno Figueiredo

O título diz quase tudo. Pois que tem feito a poeta (tão belo "poetisa!") Manuela Morais, ao longo da sua vida, que não seja cantar o Amor? Recordo três belos livros temáticos a que tive acesso: "Cântico ao Amor", "Depois do Amor", "O Aroma do Amor" e que impuseram a autora, definitivamente, como uma das mais persistentes, lúcidas e despojadas "amorosas" do nosso universo poético. De raiz profundamente sentida como biográfica e de uma verdade e pureza inigualáveis, os livros que nos tem revelado expressam essa busca constante, o desânimo da perda, o alvoroço do novo, a exigência absoluta de viver com amor - ou não viver. O presente volume, "Canto o Amor", não destona nem foge a esta regra de obstinada procura, que mais não seja através das palavras escolhidas com critério exímio, feitas espelho de uma convulsão interior jamais satisfeita com um quotidiano que não sacia quem, como a Manuela, aspira a outros mundos superiores, habitando em perfeita simbiose, sem confrontação, antes comunhão, os vectores essenciais que nos determinam: corpo e alma, ou, se se preferir, carne e espírito. Ou ainda desejo humano e revelação transcendente. (...) Nuno Figueiredo

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