quinta-feira, 7 de maio de 2020

Réquiem





4.


Só se fala em morte
aqui,
no norte.
A cidade
está vazia,
despida,
as janelas fechadas,
os sobreviventes obedientes
nem espreitam
com medo
que a mortandade os agarre
e os venha buscar.


Vou
à varanda
escutar o silêncio,
as aves deixaram de voar,
preciso de cheirar algum perfume
que amenize
a amargura dos dias.


Estou
fechada,
em casa,
qual fantasma
sem fantasia,
necessito
apreciar a vida
de me sentir renovada!


Manuela Morais
Réquiem, pág.13







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