sexta-feira, 25 de abril de 2014
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
ABRIL
Filha da esperança liberdade mãe da
angústia criadora e do destino na
bandeira negra que aqui vou içar te
escrevo o meu canto e o meu hino
já foste irmã da morte já
tiveste o preço da tortura já
foste grilhetas algemas cela escura dos
que jogaram na tua a sua sorte
quando chovia e tu não apareceste
liberdade na esquina combinada
ficámos a pensar que te escondeste
na cidade cercada
mas assim e aí soubemos
que não estávamos sós
assim e aí dissemos que
tu éramos nós
hoje que aí vens ninguém vigia
o imprevisto cais do teu regresso
e há um cravo no chão que te anuncia
nesse exacto lugar que eu não esqueço.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - MEMÓRIA IMPERFEITA
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