O RIO QUE PERDEU AS MARGENS
O primeiro a anunciar a perda das margens foi um ceguinho que ia ganhando a vida pelas feiras, a cantar.
O rio perdeu as margens
numa noite de luar.
Rio Douro, rio Douro,
rio de mau navegar.
Na feira de S. Martinho em Alijó juntou-se muito povo à volta de ceguinho e neto, este a acompanhar com uma flauta de cana que tocava bem como bem - até parece que dá gemidos, opinião de uma mulher de lenço encarnado.
Rio Douro, rio Douro,
quem te viu e quem te vê!
O rio galgou os montes
e ninguém sabe porquê.
E o cego continuou, contando a história dum pescador (. . .)
ANTÓNIO CABRAL
O RIO QUE PERDEU AS MARGENS
Capa e 3 Desenhos de ESPIGA
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