segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Depois do AMOR








O MURO

Continuo sentada
junto ao muro…
espero que chegues,
preciso de conversar contigo,
contar
a amargura dos dias
deste lado
do muro.

Contemplo o caminho percorrido.

Deste lado
do muro
não há Sol,
perfume,
alegria,
risos.
Os canários deixaram de cantar,
a Lua extinguiu o resplandecer,
o mel não tem sabor,
já não sei como se faz amor,
esqueci o paladar dos teus beijos,
falta tudo o que enchia o nosso mundo.

Vénus
perdeu o brilho!
Afrodite
fechou-se na concha,
enrolada em espuma do mar.

Ísis alada
enxuga lágrimas
protege pescadores,
recolhendo
redes cheias de algas e de rosas
perfumadas.

Poema de Manuela Morais
Livro - Depois do AMOR, págs. 15/16
Desenho da Capa de Emerenciano





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