Quando se desce ao inferno da mente, é-se forçado a descobrir quão ténue é a barreira entre a vida e a morte. Devemos, então, impressionar-nos com a morte?
Parece-me que não.
Os cobardes é que se impressionam com a morte física, sem se incomodarem com a morte moral que os ceifou. Esses, apenas
se movem em um corpo com armação de vida fátua, deambulando embrulhados em capas de mentira, não sabendo, os tristes, que o diabo tem uma capa para tapar e um chocalho para tocar, que é o mesmo que dizer: tudo se descobre neste mundo, sobretudo se se está moralmente morto.
Não, a mim não me impressiona a morte! A morte, em mim banalizou-se e parece-me que não a temo. Venha, quando vier! Venha, quando quiser! Enfrentá-la-ei, sem lhe conhecer o rosto, nem a alma. Encaro-a com a banalidade com que encaro um nascimento.
Por isso, estou vivo, são e escorreito para enfrentar as maleitas de que padece a Condição Humana. Mas, por favor, não me peçam para pactuar com ferozes hipocrisias. ( . . . )
Texto do Prólogo - ANTÓNIO FORTUNA
Livro - O SÉTIMO SENTIDO
Autor - ANTÓNIO FORTUNA
Capa - ESPIGA
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