OUTRA VEZ A LUZ
O poeta fumava distraidamente a manhã
de Outubro,
quando foi acordado por um cavalheiro de branco
parecido com o papa.
E estranhou que lhe fizesse a mesma pergunta
dos outros.
No Algarve um gentleman suicida-se, longe da cozinha,
por causa do perfume;
contam o mar pelos dedos, parecidos com golfinhos,
as raparigas nórdicas em Tróia.
O meu interlocutor tem um cheque nos óculos
e pergunta-me pela Quinta do Senhor Smith.
A vastidão palpita. Perdi os olhos.
Aconselho-o a apreciar o rumor dos golfinhos de pedra,
cozinheiros da luz.
ANTOLOGIA DOS POEMAS DURIENSES
ANTÓNIO CABRAL
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