Meu Caro Cláudio Lima
A 19 mil metros de altitude e a mais de 1000 kms H/, encontrei-me num avião da Swissair, com o Álvaro Guerra. Não escondeu que ia aterrorizado e que "nós vamo-nos vendo nos aviões...". Pela minha parte, a viagem foi magnífica e, por muito que eu viva, não mais me esquecerei da vista aérea de Bombaim "by night". Seoul é gigantescamente grande, cresceu a esmo e a prumo nas margens do Mar Amarelo. 10 milhões de habitantes. Vivo nos arrabaldes, cercado de azáleas. Enquanto trabalho, vejo os "katchis" a fazer ninho nuns plátanos esguios e ossudos como os atletas de olhos amendoados que me rodeiam. Mas sobre isso seguirá em breve uma carta tranquila. Este postal tem por finalidade localizar-me e avisar-me. O teu texto seguiu logo para Coimbra. Obrigado, está maravilhoso. Chovem-me cartas a dizer que o livro vai assanhar. Creio que houve tentativa de bloqueio. Mas já deve estar nas montras e tu vais brevemente recebê-lo. Dá-me notícias. Já corri todos os templos budistas das montanhas. O sentimento da sacralidade é universal. Um abraço. Fernão
ALGUMAS CARTAS - FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES - CARTA A CLÁUDIO LIMA.
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