quinta-feira, 8 de maio de 2025
quarta-feira, 7 de maio de 2025
BIOGRAFIA . FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES, de Manuela Morais.
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Fernão de Magalhães Gonçalves viveu menos de meio século, exactamente, e, apenas, quarenta e cinco anos de idade, mas produziu uma Obra com uma enorme e inegável qualidade. Circundou o globo terrestre, como o seu homónimo, o grande navegador. As suas preocupações existenciais caminhavam para lá do conhecimento das verdadeiras potencialidades de saber encontrar o caminho pessoal aliado à nossa imaginação. Foi, sem dúvida, um destacado Poeta, Professor e Escritor. No ensino destacou-se com um enorme sucesso a divulgar a Língua e a Cultura portuguesas, nas Universidades de Granada, em Espanha, e em Seoul, na Coreia do Sul. É considerado o melhor e o mais profundo estudioso da grandiosa Obra do ilustre, e, também, transmontano Miguel Torga.
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Biografia. FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES, páginas 21 / 23.
Autora . Manuela Morais
domingo, 4 de maio de 2025
BIOGRAFIA . FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES , de MANUELA MORAIS.
Biografia é o registo rigoroso e exaustivo da história de uma vida, na perspectiva de quem acompanhou, ao lado, essa vivência em contínua e inequívoca interacção. A realidade deverá ser contada de modo espontâneo, não se pode apagar ou adulterar a memória, distorcer, maquilhar a verdade, enaltecer de forma desmerecida, ou tendenciosa. Não deve ser escrita com a total racionalidade, pois as emoções e os sentimentos são o que de mais puro e humano tem maior evidência na relação das criaturas!
Fernão de Magalhães Gonçalves amava, em profundidade, os livros, as pessoas e todas as formas da criatividade! Possuía um verdadeiro encanto original. Mostrava-se jovial, natural, e o seu olhar, com a cor da avelã, transmitia uma personalidade sensível e sensual. (...)
Manuela Morais
BIOGRAFIA de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES, pág. 11
quarta-feira, 30 de abril de 2025
segunda-feira, 28 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
X
ficou um poema no teu rosto a
mão cheia de amoras amêndoas e
morangos no teu colo dobrado cinco
pétalas de malmequer no chão cinco
dedos da mão cinco
sílabas do poema inacabado
veste a memória de luz os
nossos corpos nus e na
água nocturna do teu nome dilui o
desejo a cor do lume
ficou um poema no teu rosto que
eu não lerei mais não
voltará a roseira do
teu corpo a dar
rosas iguais
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - JÚBILO DA SEIVA, pág. 25
domingo, 27 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
chegaste enfim ao cais deste poema e a
evidência é tamanha como a
alegria que serve de tema à
música dos versos que a acompanha
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - Memória Imperfeita, pág. 22
sexta-feira, 25 de abril de 2025
terça-feira, 22 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
NOME DO MEU NOME
Nome do meu nome
rouca bainha de não sei que grito
puro atrito
dos teus dedos abrindo as minha mãos
não sei se neste vazio de formas e de sons
um pássaro nasceu
ou o tempo roeu
seus ramos e pulmões
breve movimento
de cabelos
parado perfil de seios e joelhos
onde se quebra a luz deste momento.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - ANDAMENTO, página 14
Capa de NADIR AFONSO
sábado, 19 de abril de 2025
sexta-feira, 18 de abril de 2025
SEXTA-FEIRA SANTA, Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES.
SEXTA- FEIRA SANTA
As trevas caíram sobre a tarde meu amor
ensopados pelo sangue dos espinhos
os meus olhos procuraram sobre os montes
o perfil parado dos pinhais
dobrada sobre a terra
tu eras a torrente dos nossos serenos dias
estavas como uma rola abatida e eu cuspia ao ar
o vinagre e o fel que tu bebias
secaste as lágrimas no véu que ocultava a vergonha
do meu corpo
seguiste com o olhar o grito
e o eco do meu grito
a terra tremeu debaixo dos teus pés e fixaste
nos meus olhos empedrados
a noite que já mais uniria os nossos gestos.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro -ANDAMENTO, página 15
Capa de NADIR AFONSO
quinta-feira, 17 de abril de 2025
terça-feira, 15 de abril de 2025
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
OS DENTES DO LEITE
Quem matou Jesus Cristo? E a terra
abriu-se
redonda e repetida
o véu do templo rasgou-se-me nos olhos e
cá dentro a infância
dividiu-se
quem matou Jesus Cristo? Perguntava o
reitor de mão esticada e
estalada
nas ventas de quem tivesse a fé mal informada
contra mim te escrevo e sobre mim
ao compasso do meu sangue e
à luz da
tua lâmpada de azeite que
me abriu o teu nome e os meus pecados na
letra de cem catecismos rasgados
com os dentes do leite.
Poema de FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Livro - Memória Imperfeita, pág. 75
sexta-feira, 11 de abril de 2025
quarta-feira, 2 de abril de 2025
sábado, 22 de março de 2025
segunda-feira, 17 de março de 2025
domingo, 16 de março de 2025
JORGE LAGE presta homenagem a ESPIGA Pinto (no dia do seu aniversário).
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quarta-feira, 12 de março de 2025
Importante homenagem do JORGE LAGE a FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
JORGE LAGE
Biografia Fernão de Magalhães Gonçalves – A editora «Tartaruga», propriedade de Manuela Morais, vai a caminho de uma centena de livros publicados, cerca de dezena e meia são da sua autoria. É viúva do poeta (escritor) Fernão de Magalhães Gonçalves (FMG) há mais de 40 anos e tem tido um papel incansável e admirável na promoção e publicação da obra do seu falecido marido e ainda tem dado voz a autores desconhecidos.
A abra, «Biografia Fernão de Magalhães Gonçalves», tem na capa uma fotografia do FMG e na contracapa outra deste com Miguel Torga, seu amigo. Na badana da contracapa, pode ler-se que Manuela Morais, nasceu em Murça e é licenciada em Literatura Comparada e que instituiu o «Prémio Nacional de Poesia – Fernão Magalhães Gonçalves (…) retrata a história de uma personagem incontornável do panorama literário Torguiano (…) A obra do Fernão não é entretenimento das horas livres, parece estar ao espelho, tal a densidade, com uma linguagem original, libertadora e intimista…». Em jeito de nota inicial, a autora poeta: «Amar// é o sentimento grandioso// de iluminação// esperança// de ficar,// poder contar as alegrias// e os sonhos// que não queríamos// deixar// por concretizar!» Sobre a vida e a obra de FMG, escreve Manuela Morais, viúva do autor biografado no «Prelúdio»: «Escrevia como se estivesse como se estivesse em contínuo estado de celebração, em graça, com uma incomparável perfeição, sobriedade, (…) Vamos, então, empreender numa espantosa viagem que contou quarente e cinco anos de vida,». A vida de FMG fica balizada pelo nascimento em Freiria, freguesia de Jou, concelho de Murça (1943) e pela morte súbita em Seoul, Coreia do Sul, em 1988. Se formos folheando com atenção o interior do livro ficamos com a ideia que esta obra de Manuela Morais para homenagear, uma vez mais, FMG, se queda entre a biografia e a fotobiografia, com muita fotografia a enriquecer o seu conteúdo interessante. Quem melhor que a Manuela Morais para falar da pessoa que caminhou a seu lado em quase todos os momentos da vida conjugal? Para ilustrar a realidade da vida sobre o que nos espera e que a gadanha atingiu FMG na flor da via, cita a autora, Miguel Torga, no penúltimo Diário XV e no dia do funeral de FMG: «Jou, Murça, 14 de Janeiro de 1988 – É terrível, a morte. Tira o sentido às palavras, aos gestos, às lágrimas, ao silêncio. Deixa a vida sem expressão». Resta dizer que estive duas vezes com o FMG e as palavras foram quase de silêncio, tinha distância com o desconhecido, talvez fruto da sua aureolada amizade com Miguel Torga. Eu próprio o via já como uma pessoa importante, também me cruzei algumas vezes com Miguel Torga e nunca ousei falar-lhe. A Manuela Morais tem sido de uma dedicação extrema, na vida e depois da partida do FMG, pelo que merece um duplo aplauso: como sua mulher, por tanto ter divulgado a sua obra e por mais esta sua, que soube tecer com dedicação e amor. Parabéns, Manuela!