segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O TOPO DO ERMO







PRÉMIO NACIONAL DE POESIA
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

*****

O TOPO DO ERMO
de
PORFÍRIO ALVES PIRES

A publicar



quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Cântico ao AMOR





Livro dedicado

à memória de

                FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
e
JOSÉ MANUEL ESPIGA PINTO


*****




O NOSSO AMOR


O nosso amor
acalma tempestades,
domina o vento,
os mares,
desfia as cristas das montanhas.


O sol continua a brilhar.


A nossa alma
é pura,
cristalina,
lusitana,
impressionante a nossa capacidade de amar.




Cântico ao AMOR
Manuela Morais









sábado, 19 de novembro de 2016

Depois do AMOR





Livro a publicar - Depois do AMOR
Manuela Morais




À memória de
                     Fernão de Magalhães Gonçalves
                     e
                     José Manuel Espiga Pinto






ENTREGA

Tua Mãe

deixou-te ao meu cuidado,
dizendo que partia
tranquila
porque sabia seres amado.


É verdade,
amei apaixonadamente,
senti amor intenso
a teu lado.


Entregamo-nos
totalmente
um ao outro
e ao nosso labor.


A grandeza crescente da tua Obra
é ouro da maior pureza.


Tua Alma luminosa como o Sol,
pura como diamante,
límpida como cristal,
fabulosamente radiante,
brilha,
ilumina,
entre o Céu e a Terra
faz ligação divina.







Depois do AMOR







VAZIO


Ouve,
meu amor,
o vento norte a assobiar
nos beirais,
rasgando silêncios,
harmonias astrais.


Ouve,
meu amor,
o ramo da laranjeira
bateu
no vazio da tarde.


Tremia de dor
e chamei por ti. . .


Acordei,
sem o aroma
do café e das torradas
que fazias para mim.


Livro a publicar - Depois do AMOR



quarta-feira, 16 de novembro de 2016

José Manuel ESPIGA Pinto








Espiga Pinto e Manuela Morais, sua mulher (de março de 2000 a 1 de outubro de 2014)



Um sorriso para ANTÓNIO TELMO


"A amizade é uma alma que habita em dois corpos,
um coração que habita em duas almas."
Aristóteles

"Quando a minha voz se calar com a morte
meu coração continuará te falando."
Rabindranath Tagore




           Estamos no amanhecer de uma nova era na história da humanidade, o grande momento da expansão da espiritualidade. Um enorme despertar da humanidade para a força divina, para os Céus.
Encontrava o António Telmo assiduamente, em Vila Viçosa, quando eu corria apressadamente para os correios, ao fim da tarde.
Sorríamos, eu esperava que terminasse de comer a empada de galinha, e falávamos de livros, da Maria Antónia, da Anahí e, claro, do trabalho de meu Marido, o Espiga Pinto. Dizia-lhe, com humor, que o fechava à chave no atelier para trabalhar, como a mulher do Vermeer, o pintor do belíssimo retrato "Rapariga com  Brinco de Pérola".
Um dia contei-lhe que não podia entrar no atelier, porque o Espiga estava lá fechado com sete belas raparigas. António Telmo perguntou, com graça, se eu não sentia ciúmes. Claro que não, respondi pausadamente.
Inteligente como era percebeu imediatamente do que se tratava. Então, mais para o fim da conversa, perguntou quando e onde era a próxima Exposição, pois queria ver as tais raparigas.
Fomos visitá-lo várias vezes a sua casa, em Estremoz. Não medíamos o tempo e era sempre com saudade que o deixávamos.
As nossas conversas, entre mim e o Espiga, não tinham fim.
Saíamos de casa de António Telmo carregados de informação sobre livros importantes, a não perder. Às vezes, no dia seguinte, rumávamos a Badajoz à livraria a procurar essas preciosidades.
António Telmo marcava profundamente quem se cruzasse com ele. A sua calma transmitia uma energia extraordinária. Até a laranjeira próxima da porta de sua casa era muito maior e mais frondosa que as suas vizinhas.
António Telmo sabia escutar atentamente. Os nossos encontros eram um aprendizado contínuo, tinha a capacidade de tornar  o complexo muito acessível. Era um Mestre em todas as circunstâncias, mesmo nos silêncios.
Como editora do seu livro "Contos Secretos" tive, sem dúvida, uma venturosa e iluminada experiência. O Espiga arregaçou as mangas para realizar o excelente trabalho dos desenhos para o seu belíssimo livro e vivemos a suprema harmonia dessa manifestação de força que transcende a compreensão humana.
António Telmo foi um exímio estudioso do significado e simbolismo do número 9 que representa o círculo místico perfeito. Pertenceu à mais antiga associação de homens do mundo. A continuidade não é concebível sem a Tradição e é ela que permite preservar a sua identidade. Era um Ser que habitava um lugar elevado, guiando os nossos passos e elevando os nossos espíritos a vibrações intensas, fazendo a ligação entre o Espírito e os lugares Sagrados. O seu Espírito era radiante e luminoso, caminhando na Ordem dos Grandes Mestres do Esoterismo. Toda a sua atitude era de um autêntico filósofo com lugar destacado na Filosofia Portuguesa, na Filosofia e Tradição, grande pensador, escritor, professor. Um Taurino com vontade firme, constância, persistência, determinado e contemplativo.
A sua Obra é notável. Pessoalmente, sinto-me mais próxima de "História Secreta de Portugal", "Viagem a Granada", "Filosofia e Kabbalah" e "Desembarque dos Maniqueus na Ilha de Camões".
António Telmo ingressou no mundo espiritual, o mundo da realidade suprema e comunhão, em perfeita harmonia com o espírito do universo, permeado pelas poderosas vibrações com os princípios divinos da criação, pelas vibrações da luz. É um verdadeiro filho de Deus com um brilho intenso, misterioso e maravilhoso, - está no plano astral. Estamos no alvorecer da civilização espiritual, na era da reconstrução, do dia, da luz resplandecente e divina, da civilização paradisíaca. A luz do sol é a luz verdadeira que brilha no céu, elevando o nosso nível espiritual. A nossa felicidade será indestrutível. Obrigada, António Telmo, por me ter permitido privar consigo e com a sua Família.
(. . .)


Manuela Morais




Texto Integral publicado em: Vida e Obra de António Telmo



terça-feira, 15 de novembro de 2016

Depois do AMOR







MAIS UM DIA




Mais um dia.
Dor,
mágoa,
tormento,
vazio interior.


Não consigo pensar,
respirar,
sonhar!


Tudo parou,
janelas fechadas
impedem a luz de entrar.


Até o Sol partiu!


Lágrimas saem-me do coração
e eu sem sítio para ficar.
Minha alma não sossega,
preciso de voltar
o meu
para
o teu
olhar.


Livro - Depois do AMOR



Depois do AMOR







ESPERANÇA


Tempo sombrio,
cruéis lágrimas,
noites agitadas,
delirantes,
coração partido
em mágoas.


Talvez repouse
sobre as águas do mar,
a ferida cicatrizar.


Deuses,
tenham piedade,
desçam do Céu,
não haja mais lágrimas
para derramar!


Livro - Depois do AMOR



segunda-feira, 14 de novembro de 2016

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES











Fernão de Magalhães Gonçalves


Texto integral publicado na Revista FÓRUM Nº5 - 2016



"A vida de Fernão de Magalhães Gonçalves cruza-se, de modo exemplar, com a Obra que produziu. A sua escrita organiza-se para lá da linha do horizonte, habitada por fortes presenças ou memórias de seres viventes. O seu tempo é um tempo para além da história das suas personagens. As suas imagens dependem do valor do imaginário que contêm, não podem ser estáticas, não podem travar a imaginação. A intensidade da criatividade reside na paciência criada em contraponto dinâmico entre a serenidade e a rutura, provocando análises das suas raízes reais e disponíveis, na trajectória da vida através da realidade reconhecível.
Fernão de Magalhães Gonçalves foi poeta, escritor, investigador e ensaísta, nasceu em Jou (Murça) e lecionou em Murça, Vouzela, Porto, Chaves e nas Universidades de Granada (Espanha) e de Seoul (Coreia do Sul).
Autor de uma quinzena de livros publicados, a Poesia foi uma simultânea e relevante presença, sendo sempre constante a lembrança sensível do seu mundo evocativo da memória, os apelos da terra-mãe e as vibrações mais íntimas da sua personalidade. O seu ato poético foi sempre uma porta para a aventura criadora expressa em imagens emotivas, mas racionalizadas, como os ritmos da água, do corpo, do amor, das ervas, da terra e seus aromas."
(. . .)
"Fernão de Magalhães Gonçalves elegeu a escrita suprema como forma de conhecimento e divulgação, tecida na interpretação inovadora da espontaneidade executiva, na precisão estrutural de qualidade, inserindo-se fortemente na linguagem romântica. Toda a sua Obra atinge o esplendor da limpidez luminosa, da liberdade, proclamando o valor da liberdade individual, em plena harmonização com a intensidade de uma realidade que exprime pelo rigor, pela reflexão sistemática e a interrogação é basicamente o objectivo dessa urgência existencial.
Gostava que se percebesse que o seu discurso persistente, de que deixo aqui esparso registo, é assumidamente uma escrita e um pensamento ímpar, tem a beleza própria de quem força os limites do subtil e da profundidade. O cuidado posto em cada palavra, - diria que o Fernão era puro, sabia bem conciliar o espontâneo com a preocupação do rigor meticuloso, sem máscaras." (. . .)


Manuela Morais


sábado, 12 de novembro de 2016

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES





( . . . )
não precisa de se meter num barco, através do Tâmega, rumo às lezírias e à Terra Nova. E, se isto não entope a boca dos retóricos sul-durienses, demonstrar-lhes-emos que o CANTO IX D'OS LUSÍADAS ( aquele famoso "happy end", aquele que "é fartar!" da Ilha dos Amores ) foi escrito no Açude, no Açude ou entre o material de uma qualquer "dispoteca" que há por ali. ( . . . )
A fabulosa montanha onde encalhou finalmente a Arca de Noé, - onde Noé soltou um corvo negro que regressou tarde e mal, com a barriga cheia ( . . . ) onde Noé soltou uma pomba branca que voltou com um raminho de oliveira no bico, símbolo da paz, do fim da opressão, do princípio do entendimento, da harmonia cósmica.
( . . . )

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES
Texto inédito de 1987.



sábado, 5 de novembro de 2016

FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES







Meu Caro Dr. Júlio Montalvão Machado,

soube hoje, casualmente e já aos fechos da noite, que o programa CANTIGAMENTE, de António Roque ( Antena Radiante), ia homenagear aquele que é, fora de dúvida, o paradigma do homem urbano flaviense, do homem que durante toda a vida espontaneamente cultivou a arte de estar, de falar e de ouvir.
Sabemos que o sacerdócio da profissão que escolheu e que continua exercendo com incomparável brilhantismo o familiarizaram cedo com a dor, com a angústia, com o desespero, com a fatalidade da morte e da cegueira dos muitos milhares de doentes que atendeu. Esta familiaridade quotidiana com o que a natureza tem de trágico e de agónico é frequentemente contígua da expressão do que essa mesma natureza tem de belo e de eterno. Refiro-me à cultura. Só a cultura pode eternizar tudo o que o homem tem de precário (porque na realidade não tem mais nada).
Batedor de bibliotecas nacionais e internacionais, arquivador, coleccionador, astucioso investigador, ledor insaciável, - o Dr. Júlio, profundo conhecedor da realidade local e nacional, soube colher a sabedoria do povo e a erudição dos livros. Não é mais um simpático e "standardizado" homem culto de Chaves. É uma Instituição Cultural desta cidade.
(. . .)

Livro inédito a publicar de
FERNÃO DE MAGALHÃES GONÇALVES

Os textos para este livro são de 1987.